quinta-feira, março 22, 2007

Entre... e fique.

Para você que ainda enlaça, prende e foge.

Entre

a porta ainda está aberta. Mas, cuidado.

Pise

devagar, não faça barulho. Andei espalhando coisas pelo chão. Há muitas delas fora do lugar; nosso porta – retrato quebrado; o interruptor não está funcionando, desde que saí, a nossa casa ficou assim meio abandonada. Nosso quarto ainda reflete a lua e o mar num beijo noturno. Luzes entram pelas frestas.
Procuro teu riso tateando-te pelo ar.

Persigo

teu cheiro. Uma onda me invade.

Vejo

teu rosto por entre as frestas. Posso me esconder, fingir que não estou. Posso dizer que esta não sou eu; dizer que a dona da casa saiu para caminhar. Acreditarias em minha mentira?
Observaria teu rosto. Ficaria em silêncio. Escutaria tua alma. Façamos assim, então. Não diga nada. Escuto seu silêncio. Vejo sua alma. Ela me arrepia. Teu beijo me entorpece. É primavera e teu cheiro faz inveja às flores do meu vaso.
Acabaste com meus dias nublados

És

primavera em meus dias

És

pétala rara em mim

Entra
... e fique em mim, de uma vez.

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